É somente outra disrupção ou estamos rumo a um novo normal? Quem faz a pergunta é Viviânne Martins, sócia-fundadora da Academia de Viagens Corporativas, que este mês realiza o 1º Festival Internacional de Viagens e Eventos Corporativos On-line (a convidada de amanhã é a vice-presidente de Vendas para América Latina, Caribe e Flórida da American Airlines, Christine Valls).
Confira a seguir as respostas de Viviânne à pergunta acima e nos diga se concorda com esse posicionamento e qual a sua opinião a respeito da crise e das transformações que vivemos.
ARTIGO POR VIVIÂNNE MARTINS
“Disruption - esta palavra que pode ter a tradução de ruptura, interrupção, perturbação, na minha opinião cai bem para este novo momento.
A humanidade passa por um chamado do universo para entender o que exatamente é nossa função neste planeta e avisar que compaixão, empatia e comunidade deveriam estar mais presentes no dia a dia de todos nós!
Em Viagens Corporativas se fala muito no “novo normal”. Eu prefiro acreditar que estamos em uma fase de transição, na qual todos teremos de colaborar (uns com os outros e com a indústria como um todo). Será, na minha opinião, muito próximo do que aconteceu com as viagens após 11 de setembro, em Nova York, quando todos ficamos em pânico e novos procedimentos de segurança foram criados para aumentar os controles contra o terrorismo em aeroportos e aeronaves.
O resultado foi o custo maior das viagens, uma malha aérea menor, mais restrições na jornada do viajante, menos viagens e um novo olhar sobre viagens essenciais, além de novas regras nas políticas de viagens de dentro pra fora e de fora pra dentro. Nessas crises, alguns poucos ganham na nossa indústria e muitos perdem. Infelizmente.
Mas a vida é feita de movimentos e às vezes na crise nos reinventamos e saímos mais fortes! Não podemos desistir. Esta crise me lembra o Plano Cruzado, quando de um dia para o outro todos tínhamos somente 50 cruzados. Eu por exemplo fui uma a ser demitida de um forward americano que optou por mandar os jovens e solteiros embora primeiro. Duas semanas depois eu já estava empregada, e logo depois fui convidada pela Bayer para assumir exportação e viagens e isto foi uma grande oportunidade que mudou minha vida e fiz minha carreira em business travel!
MUDANÇAS NO CORPORATIVO
Voltando para nossa indústria de Viagens, Turismo e Eventos, acredito que se tivermos união, sairemos mais fortes, teremos aprendido que precisamos nos unir e inovar (que simplesmente quer dizer fazer o mesmo de uma maneira diferente).
No corporativo, existem algumas oportunidades para virarmos definitivamente. Por exemplo, acabar com o faturamento e migrar para cartão de crédito. E ainda concorrências entre TMCs pelos clientes com valores sustentáveis e um olhar diferenciado para os fornecedores (principalmente companhias aéreas e hotéis), para juntos reconstruirmos este novo futuro.
Entender definitivamente o protagonismo da tecnologia e partir para o plug and play para entregar ao viajante agilidade e modernidade, além de segurança na comunicação neste momento, afinal esta é a hora da decisão por fatos além de dados!
E quanto ao cliente (gestores de viagens), estes já entenderam que é a hora de mostrar seu valor dentro das empresas, desenhando uma estratégia para a política de viagens de transição, uma parceria humanizada, com preços justos e não menor preço, mesmo porque os viajantes vão precisar de tarifas flexíveis! (veja nos dados abaixo sobre o que deve mudar)
PESQUISA
Vejamos alguns números de nossas últimas pesquisas durantes nossos treinamentos em maio de 2020:
99 respondentes de 143 no curso de Política de Viagens:
1. Você é:
a) Gestor de viagens e/ou eventos: 58%
b) TMC: 20%
c) Fornecedor: 11%
d) Outros: 9%
e) Tecnologia: 2%
2. A partir de quando você imagina que as viagens a trabalho serão retomadas?
a) a partir do terceiro trimestre 2020: 35%
b) a partir do quarto trimestre: 32%
c) a partir de 2021: 21%
d) a partir de junho: 12%
e) não tenho ideia: 1%
3. Qual critério de aprovação que você acha que será mais adotado a partir de agora?
a) Demand managment – necessidade/urgência da viagem: 96%
b) Duty of care – cuidado com o viajante: 4%
c) Menor tarifa – focada em preço: 0%
4. Você acha que o viajante:
a) Ficará inseguro em ter que viajar: 65%
b) Está ansioso para voltar a viajar a trabalho: 30%
c) Não tenho ideia: 5%
5. Para você, qual o maior desafio?
a) Colocar em prática uma política para garantir a segurança do viajante: 44%
b) Entender o novo cenário: 38%
c) Mostrar resultados: 10%
d) Novas parametrizações para busca de conteúdo (tecnologia): 6%
e) Lidar com tarifas flutuantes: (2 votos) 2%
E você? O que acha de tudo isso? Só mais uma disrupção ou estamos rumo a um novo normal?
Mande sua opinião para a Viviânne: vivianne@academiadeviagens.com.br”.
01/06/2020